A retomada das atividades do estaleiro no município de Maragogipe, a 49 km de Salvador, no Recôncavo baiano, foi confirmada pelo consórcio Enseada-Tenenge. A informação foi dada nesta quarta-feira (10), durante a assinatura do protocolo de intenções entre o consórcio e o governo da Bahia, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
A expectativa é que com a retomada do estaleiro sejam gerados 3 mil empregos diretos e indiretos. A Companhia pretende implantar uma linha de montagem destinada à fabricação de balsas mineraleiras e graneleiras, com expectativa de produzir 80 unidades em três anos, com investimentos estimados em R$ 9 milhões.
Importância do Estaleiro
O Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe, é um importante meio de desenvolvimento do Recôncavo baiano, sobretudo a região em que está instalado. Em seus anos áureos, por volta de 2012, chegou a empregar mais de 7 mil pessoas, segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida.
Há a também a expectativa de que o estaleiro Enseada retome a construção naval e offshore, afirmou o diretor industrial e representante do consórcio, Mário Moura.
Segundo os dados do PIB, o município de Maragogipe chegou a triplicar o seu produto interno bruto por causa do estaleiro, o que consequentemente pode ter aumentado também a renda dos moradores que lá viviam à época. Atualmente, o estaleiro que custou R$ 3 bilhões, opera com menos de 15% da capacidade e conta apenas com 200 trabalhadores. Isso tem impactado negativamente a região, que perde investimentos e tem fuga de trabalhadores que saem em busca de empregos.
Essa retomada das atividades do estaleiro é mais um passo importante na reativação da indústria naval da Bahia, reduzida drasticamente nos últimos tempos.
Como muitos outros estaleiros brasileiros, nos últimos anos, por conta da “Operação Lava Jato”, a indústria naval baiana foi subutilizada. Trabalhando abaixo de sua capacidade plena, extinguindo setores de produção e não criando empregos.
O então presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, anunciou em abril que a Petrobrás fará diversas encomendas de navios de apoio. Orçada em R$ 2,5 bilhões, a estatal confirmou que se trata de uma demanda de 38 barcos a serem construídos até 2030. Essa informação havia gerado muita expectativa e com a confirmação da reativação do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, espera-se que alguns desses 38 navios sejam construídos no empreendimento, gerando renda e empregos para a população.
Uma das principais bandeiras de quem defende a retomada dos investimentos na indústria naval brasileira é a geração de empregos e a qualificação da mão de obra nesses locais, já que são os próprios moradores que são contratados. Segundo dados, 96% do transporte marítimo e de cabotagem de combustíveis é feito por navios de outros países.
Embora a indústria naval baiana e brasileira tenham dado os primeiros sinais de sobrevida depois de anos conturbados, faz-se necessário e é de extrema importância a presença da Petrobrás nessa retomada, tornando a nossa frota totalmente nacional, produzida no Brasil pelos brasileiros, gerando renda, criando empregos e desenvolvendo o país.
(AEPET BA)